Invocação do Mal foi baseado na história de assombração que aterrorizou a fazenda da família Perron localizada em Harrisville, Rhode Island nos anos 1970. A história se tornou conhecida por diversas denominações com: "Harrisville Haunting" (“Assombração em Harrisville” / “Caso Harrisville”) ou "Perron Haunting Family" (“Assombração da Família Perron”). O casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren ajudou a família aterrorizada por eventos estranhos eles afirmam “foi a investigação mais intensa, convincente, perturbadora e importante” de suas carreiras. Roger Perron, sua esposa Carolyn, e suas cinco filhas Andrea (Annie), Nancy, Christine, Cindy, e April sofreram uma década de tortura por parte dos espíritos que ocuparam sua casa de campo, em meio à visões, barulhos inexplicáveis e objetos que se moviam sozinhos.
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A Família Perron: Carolyn e Roger Perron à esquerda; e as cinco filhas Andrea, Nancy, Christine, Cindy e April à direita. |
Roger e Carolyn compraram sua casa dos sonhos no
inverno de 1970, buscando levar as crianças para uma vida mais tranquila no
campo. A propriedade dos sonhos dos Perron era a velha fazenda Arnold, com quase 81 mil
metros quadrados, possuía uma das plantações originais na área levantada pelo
colono John Smith em 1680 e transferida a Roger Williams para a formação do estado de Rhode Island. A “adorável e charmosa” casa
de campo de 10 cômodos foi construída em 1736 em um belo terreno com espaço de
sobra para as cinco filhas correrem e brincarem. Nancy e Christine Perron
compartilhavam um quarto, Cindy e April outro, e Andrea tinha um quarto só para
ela - exceto nas noites em que, como diz Andrea, as irmãs "vinham rastejando até sua cama, tremendo e
chorando de medo".
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A casa de campo assombrada da velha fazenda Arnold. |
A casa dos sonhos acabou se revelando um lugar de pesadelos. A família Perron começou a perceber que algo estava errado desde o primeiro dia em que pisou em sua casa nova. Coisas estranhas aconteciam no lugar. Não demorou muito para que os Perron entendessem por que o vendedor anterior aconselhou-os no dia em que eles se mudaram para a casa, dizendo: "Deixem as luzes acesas durante a noite."
Mais tarde souberam que oito gerações de famílias viveram e morreram na Velha Fazenda Arnold, incluindo a Sra. John Arnold, que com 93 anos se enforcou nas vigas do celeiro. Além dessa, mais vidas foram perdidas na fazenda, incluindo vários suicídios (enforcamentos, envenenamentos), o estupro e assassinato não solucionado de uma menina de onze anos de idade, Prudence Arnold (mais tarde presumiu-se que tenha sido assassinada por um peão da fazenda), dois afogamentos no riacho localizado perto da casa, e quatro homens que misteriosamente congelaram até a morte naquelas terras.
OS FANTASMAS AMIGÁVEIS
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Um dos cômodos no interior da casa assombrada. |
Um fantasma cheirava a flores,
enquanto outro ia gentilmente dar um beijo de boa noite nas meninas em suas
camas, todas as noites. Outro parecia ser um pequeno e jovem garoto que as
meninas viam, hipnotizadas, empurrar carrinhos de brinquedo pelo quarto impulsionados
por uma mão invisível.
Os Perron sempre ouviam o barulho
de alguém varrendo que vinha da cozinha. Quando entravam no cômodo, encontravam
a vassoura que tinha sido movida para um local diferente de onde costumavam
deixar, com um belo monte de terra recém-varrido no meio do chão, esperando
para ser depositado na lixeira.
"Manny", era outro espírito que as crianças Perron amavam.
Acreditavam que Manny seria o espírito deJohnny Arnold, que cometeu suicídio enforcando-se no sótão da
casa em 1700. Manny aparecia diante das crianças, muitas vezes em pé,
assistindo silenciosamente suas atividades diárias, matinha um sorriso torto no
rosto, divertindo-se com as brincadeiras das crianças. Se fosse feito contato
visual com Manny, ele sumia tão repentinamente como tinha aparecido
Os Perron testemunharam muitos outros fenômenos estranhos e inexplicáveis, além de entidades fantasmagóricas. Camas levitavam alguns centímetros do chão, um aparelho de telefone pairava no ar e caiu bruscamente batendo na base do telefone quando alguém entrou na sala, e vários objetos flutuavam pela casa por conta própria. Muitas vezes, cadeiras eram puxadas de repente debaixo de um convidado desavisado e fotografias caiam das paredes. Os Perron relataram ter visto uma vez um sangue alaranjado que vazava de uma parede e dissolvia no nada.
OS MAUS ESPÍRITOS
Nem todos os fantasmas em
Harrisville eram visitantes bem-vindos. Alguns puxavam as pernas e os cabelos
das meninas no meio da noite. Outros batiam na porta da frente da casa com
tanta força que toda a casa tremia. Algumas portas se fechavam sozinhas enquanto
outras permaneciam congeladas no lugar, impossíveis de serem fechadas, não
importando quanta força fosse aplicada a elas. Uma entidade na casa mantinha
rotineiramente a família acordada, pois choramingava continuamente no meio da
noite: uma aparição torturava Cindy de 8 anos de idade dizendo-lhe sem parar:
"Há sete soldados mortos enterrados na parede". Os Perron também se
lembram de um pequeno e delicado espírito, que parecia ter cerca de 4 anos,
vagando pela casa chorando, chamando pela mãe.
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Andrea Perron atualmente |
Um dos espíritos era tão mal que a família Perron não revelou, até agora, o que ele fez com eles. Andrea Perron, que escreveu um livro (na verdade uma trilogia,“House of Darkness, House of Light” I, II e III) sobre suas experiências na casa, deu a entender que o espírito inominável pode ter molestado algumas das meninas. Quando perguntado sobre o espírito durante uma entrevista, ela evitou a questão, dizendo ao repórter: "Vamos apenas dizer que havia um espírito masculino muito ruim na casa -com cinco garotinhas"
.
BATHSHEBA SHERMAN
O fantasma mais horrível na casa tinha como alvo a
Sra. Perron especificamente. Conhecido como Bathsheba, a entidade é
possivelmente o fantasma de Bathsheba Sherman, que, segundo as más
línguas, foi uma bruxa praticante do satanismo que tinha vivido na casa no
início do século 19 e morreu ali depois de se enforcar em uma árvore atrás do
celeiro. Os Perron não eram uma família religiosa. E essa fragilidade na fé
foi, teoricamente, tida como um fator primordial para a natureza
particularmente violenta e ativa de Bathsheba para com a família Perron. Esta teoria
foi reforçada quando se soube que o único morador anterior a não relatar
quaisquer ocorrências estranhas na casa era um pastor de uma igreja local.
Lorraine Warren explicou por que isso foi importante: "Você só tem
sua fé como sua proteção. Eu sempre tive a minha fé. Deus me protegendo me
permitiu fazer isso. Naquele momento particular, os Perron não tinham religião
– e isso foi muito perigoso".
Bathsheba
era uma desprezível e horrenda criatura, descrita como tendo um rosto
"semelhante a uma colmeia de abelhas desidratada" coberto de teias de
aranha, sem características humanas exceto pelos vermes que rastejavam através
de fissuras em sua pele enrugada do rosto. Sua cabeça, redonda e cinza, era
"inclinada para um lado", como se seu pescoço tivesse sido quebrado e
um mal cheiro impregnava o quarto quando ela estava presente.
Bathsheba Thayer nasceu em 1812 em Rhode Island, filha de Efraim Thayer e sua segunda esposa Hannah Taft, e se casou com Judson Sherman em 10 de março de 1844. Quando viva, Bathsheba viveu uma vida de solidão, excluída da comunidade em que vivia depois de ser acusada de matar seu bebê como um sacrifício a Satanás. O corpo do bebê foi encontrado com uma agulha de costura espetada na cabeça. Na falta de provas, o caso foi abandonado. Acredita-se que Bathsheba tenha tido outros três filhos, sendo que todos morreram antes de completar 4 anos. Seus filhos podem não ter sido suas únicas vítimas. Bathsheba também era conhecida por ter brutalizado seus funcionários, deixando-os muitas vezes passando fome e os agredindo por pouca coisa. Quando Bathsheba morreu em 25 de maio de 1885, o médico legista escreveu que nunca tinha visto nada parecido - seu magro corpo tinha se solidificado assustadoramente, aparentemente se transformando em pedra.
Foi fácil perceber que Bathsheba tinha seus favoritos na casa. Ela torturava Carolyn Perron e algumas vezes Cindy, enquanto cobiçava o Sr. Perron. Sempre que ele estava em casa, aparelhos eletrônicos quebravam. Roger Perron então levava as máquinas quebradas até o porão para consertar. Enquanto trabalhava no conserto, muitas vezes ele sentia como se alguém estivesse tocando nele, ou acariciando seu pescoço, ele também podia sentir mãos percorrendo suas costas. Eles não tinham dúvida de que essa entidade era Bathsheba, pois ao mesmo tempo que ela tratava com carrinho o senhor Perron, ela detestava Carolyn, sua esposa. Era claro que Bathsheba queria Carolyn fora da casa.
No início, Bathsheba tratava Carolyn de forma apenas "cruel". Carolyn fora beliscada, estapeada, e teve objetos jogados sobre ela. Seu maior medo, fogo, logo foi descoberto pela entidade e usado repetidamente para aterrorizá-la, Bathsheba batia tochas de fogo contra a cama do casal, enquanto exigia que Carolyn deixasse a casa imediatamente.
Conforme o tempo passava, os ataques
ficavam piores. Certo dia Carolyn estava deitada no sofá, quando sentiu uma dor
aguda na panturrilha. Ela examinou a perna e encontrou um grande ferimento
sangrando que parecia "como se uma agulha de costura grande tivesse
espetado sua pele". Mais tarde, após frustradas ameaças para que Carolyn
deixasse a casa, Bathsheba tomou um rumo diferente e tentou possuir Carolyn.
Acreditando que Carolyn tinha sido possuída, os Perron chamaram os
investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren para ajudá-los.
ED E LORRAINE WARREN ENTRAM NO CASO
Ed e Lorraine Warren são muitas vezes considerados
como "os investigadores paranormais originais". Por décadas, eles
ajudaram a investigar assombrações e possessões demoníacas em todo o país. Em
muitos de seus casos, eles foram capazes de convencer o Vaticano a realizar
exorcismos das entidades que eles encontraram. Os Perron ouviram falar dos
Warren, e após uma de suas muitas palestras públicas insistiram para que o
casal fosse fazer uma verificação na sua casa. A essa altura, acreditava-se que
Bathsheba já havia possuído Carolyn Perron fisicamente, e disso Ed Warren não
poderia discordar.
ENTREVISTA COM ANDREA E CYNTHIA PERRON
Andrea e Cynthia Perron comentam os episódios estranhos que viveram em casa no interior dos EUA nos anos 1970 (matéria publicada no IG).
- A chegada na casa
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O túmulo quebrado de Bathsheba Sherman, no velho cemitério Arnold onde vários habitantes da casa foram enterrados |
Bathsheba Thayer nasceu em 1812 em Rhode Island, filha de Efraim Thayer e sua segunda esposa Hannah Taft, e se casou com Judson Sherman em 10 de março de 1844. Quando viva, Bathsheba viveu uma vida de solidão, excluída da comunidade em que vivia depois de ser acusada de matar seu bebê como um sacrifício a Satanás. O corpo do bebê foi encontrado com uma agulha de costura espetada na cabeça. Na falta de provas, o caso foi abandonado. Acredita-se que Bathsheba tenha tido outros três filhos, sendo que todos morreram antes de completar 4 anos. Seus filhos podem não ter sido suas únicas vítimas. Bathsheba também era conhecida por ter brutalizado seus funcionários, deixando-os muitas vezes passando fome e os agredindo por pouca coisa. Quando Bathsheba morreu em 25 de maio de 1885, o médico legista escreveu que nunca tinha visto nada parecido - seu magro corpo tinha se solidificado assustadoramente, aparentemente se transformando em pedra.
Foi fácil perceber que Bathsheba tinha seus favoritos na casa. Ela torturava Carolyn Perron e algumas vezes Cindy, enquanto cobiçava o Sr. Perron. Sempre que ele estava em casa, aparelhos eletrônicos quebravam. Roger Perron então levava as máquinas quebradas até o porão para consertar. Enquanto trabalhava no conserto, muitas vezes ele sentia como se alguém estivesse tocando nele, ou acariciando seu pescoço, ele também podia sentir mãos percorrendo suas costas. Eles não tinham dúvida de que essa entidade era Bathsheba, pois ao mesmo tempo que ela tratava com carrinho o senhor Perron, ela detestava Carolyn, sua esposa. Era claro que Bathsheba queria Carolyn fora da casa.
No início, Bathsheba tratava Carolyn de forma apenas "cruel". Carolyn fora beliscada, estapeada, e teve objetos jogados sobre ela. Seu maior medo, fogo, logo foi descoberto pela entidade e usado repetidamente para aterrorizá-la, Bathsheba batia tochas de fogo contra a cama do casal, enquanto exigia que Carolyn deixasse a casa imediatamente.
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Carolyn Perron. |
ED E LORRAINE WARREN ENTRAM NO CASO

A filha mais velha, Andrea Perron, se lembrou da
noite em que o exorcismo ocorreu: "A noite em que pensei que veria minha mãe morrer
foi a noite mais terrível de todas. Ela falou com uma voz que nunca tínhamos
ouvido antes e uma força que não é deste mundo a jogou a 6 metros de distância
em outra sala ".
Infelizmente, a
verdadeira história da assombração da família Perron terminou de forma
diferente da retratada no filme “Invocação do Mal” (The
Conjuring). Na realidade,
os Warren não tiveram sucesso na tentativa de libertar a família Perron de seu
tormento infernal. Carolyn Perron lembrou
da "terrível noite" e explicou que, apesar das intenções dos Warren
serem boas, eles perceberam que as coisas "pioraram em torno deles".
Como a situação ficou fora de controle, Roger Perron exigiu que os Warren
deixassem o local imediatamente.
A FUGA DOS PERRON DE SUA CASA ASSOMBRADA
Quase todos os antigos
habitantes da fazenda Arnold, haviam declarado que haviam presenciado fenômenos
sobrenaturais (com exceção do pastor e sua família). Na verdade, o proprietário
anterior aos Perron tinha contratado um empreiteiro para reformar a casa. O
empreiteiro estava totalmente ativo na reforma da casa, quando de repente ele
parou de trabalhar e simplesmente fugiu. Relatos dizem que ele saiu da casa aos
gritos deixando para trás suas ferramentas e seu carro. Os proprietários
acabaram nunca se mudando e a casa permaneceu vazia por vários anos antes da
família Perron descobrir que ela estava a venda.
Apesar das
circunstâncias infelizes, as restrições financeiras foram responsáveis por
manter a família Perron morando no lugar por 10 longos anos. Incapazes de
fugir, eles suportaram a inconveniência dos espíritos "amigáveis" e a
tortura dos fantasmas malévolos. Finalmente, em 1980, por insistência de
Carolyn, os Perron estavam financeiramente capazes de desocupar a casa. Eles se
mudaram para a Geórgia.
ENTREVISTA COM ANDREA E CYNTHIA PERRON
Andrea e Cynthia Perron comentam os episódios estranhos que viveram em casa no interior dos EUA nos anos 1970 (matéria publicada no IG).
- A chegada na casa
Cynthia: Inicialmente, amávamos a fazenda. Mal
podíamos esperar para chegar. Costumo dizer que vivíamos em um pedacinho do
paraíso em uma parte do inferno. Mas a propriedade era absolutamente magnífica.
Nada podia ser melhor para cinco meninas, ainda mais molecas como nós, que
subíamos em árvores e muros de pedra. Mas a primeira coisa aconteceu quando
estávamos fazendo a mudança. No momento em que levávamos as caixas para dentro
de casa, vimos um homem. Achamos que era alguém da família (dos antigos donos)
que estava nos ajudando. Mas todos tinham ido embora e ele ainda estava lá.
Andrea: Ele desapareceu em frente a (minha
irmã) Nancy. Eu nunca o vi desaparecer, apenas o vi de corpo todo. Achava que
era um homem normal, mortal. Nunca nos ocorreu, nem aos meus pais, que
estávamos nos mudando para um casa mal-assombrada.
- Objetos fora de lugar
Cynthia: As coisas estavam acontecendo a todos
nós, mas não contávamos um para o outro. Estava com meus brinquedos em meu
quarto, descia para pegar alguma coisa e, quando voltava, eles não estavam no
lugar certo. Tinham sido movidos ou colocados embaixo da cama. Aí eu ia brigar
com minhas irmãs e elas não sabiam do que eu estava falando. Foi assim que
começou. Quando você percebe que ninguém mais está na casa, só você, e os brinquedos
ainda estão mudando de lugar…não pode ser uma das suas irmãs.
Andrea: Começamos a culpar umas às outras.
Éramos cinco meninas que dividiam tudo, se amavam loucamente. Mas quando
mudamos para a fazenda, de repente só havia suspeita e briga. Não éramos
crianças ricas, então valorizávamos nossos brinquedos. E quando as coisas
começaram a desaparecer, as acusações surgiram. Um dia minha mãe colocou fim a
tudo isso. Ela disse: “Seu pai e eu nos mudamos para as montanhas e compramos
esta fazenda para que vocês tivessem um ótimo lugar para viver. E vocês têm
mais do que a maioria das crianças deste planeta. Isso acaba agora”. Então
percebemos o que estava acontecendo e tivemos uma espécie de transição espiritual.
E foi aí que Cindy começou a dividir seus brinquedos com as crianças que
apareciam no quarto dela para brincar.
-A conversa com os pais
Andrea: Sim. Cindy ia até a minha cama e
dizia: “Annie, estou ouvindo vozes e todos dizem a mesma coisa”. E eu
perguntava o que eles diziam, e ela respondia: “Há sete soldados mortos na
parede”. Oito gerações de uma família viveram e morreram naquela casa antes da
nossa chegada. Depois de cinco ou seis meses, abordei minha mãe e disse que era
hora de ela saber o que as minhas imrãs estavam dizendo. Um ou dois dias
depois, quando meu pai chegou em casa, ela disse: “Precisamos conversar. Você
precisa saber o que está acontecendo com a sua família”. Foi a primeira
conversa que eles tiveram sobre as manifestações espirituais na casa.
-Viver
na casa por dez anos
Andrea: Acho que estávamos destinados a ficar
lá. Era quase como se a casa nos fizesse ficar lá. E é preciso lembrar que nos
mudamos para a fazenda em janeiro de 1971, quando nossa economia estava muito
ruim. O valor da propriedade só diminuía e meus pais tinham colocado tudo o que
tinham na casa. Não podíamos apenas ir embora. E nós amávamos a fazenda. Alguns
espíritos eram muito bons conosco, nos protegiam.
-Os espíritos que viviam na casa
Andrea: Dez ou doze espíritos eram
frequentemente vistos por nós. Havia algo de natureza demoníaca naquela casa. E
não sabemos se fomos nós quem os deixaram entrar. Mas acho que não. Acho que
estavam lá há muito tempo. A tristeza que havia naquela casa…Podíamos voltar
felizes da escola, mas cinco minutos em casa bastavam para acabar com a
gente. Tínhamos alguns amigos próximos para quem
contávamos as coisas. Mas mesmo os mais próximos não acreditavam. É preciso
lembrar que éramos crianças absolutamente normais que viviam uma existência
paranormal. Vivíamos entre duas dimensões. Então era possível passarmos ótimos
momentos juntas. Podíamos ir para um parque de diversões com nossos pais e dar
risada. E então voltávamos para casa, meu pai abria a porta e gritava, porque
estava entrando em um lugar cheio de espíritos. E tudo mudava. A felicidade se
dissipava instantaneamente.
-Presa em um baú de madeira
Cynthia: Quando nos
mudamos, fazia muito frio, então começamos a brincar mais depois de seis meses.
Uma vez, tive a ideia de me esconder em um baú de madeira que não tinha trinco
ou trava, apenas uma tampa de levantar. Me escondi ali e ninguém vinha me
achar. Quando tentei levantar a tampa, ela não abria. Comecei a entrar em
pânico. Chutava, empurrava, gritava e ninguém me ouvia. Depois de 20 minutos,
desisti. Então minha irmã Nancy veio e abriu a tampa. Eu estavam encharcada de
suor, então ela percebeu que eu estava lá há muito tempo. Eu não conseguia
respirar, foi muito ruim.
-A chegada de Ed e Lorraine Warren
Andrea: Nossa
amiga Barbara foi vê-los em Putnam, porque eles faziam trabalhos na região.
Eles foram informados sobre nós. Ficamos muito animadas e aliviadas porque
podíamos falar sobre o que estava acontecendo com quem ouvia e acreditava.
-As filmagens de "Invocação do Mal"
Andrea: Sem a
nossa mãe, fomos ao set e nos perguntaram se poderíamos dar uma entrevista.
Cerca de uma hora e meia depois, do nada, veio um vento forte. Voaram as
câmeras, telas, microfones, tudo. Eu olhei para o lado e nenhuma árvore estava
se mexendo. Não estava acontecendo nada em nenhum outro lugar daquele set.
Olhei para minha irmã Cris e disse: "A maldição de Bathsheba"
(nome de um dos espíritos do filme). Ela concordou. No mesmo momento, minha mãe
caiu e quebrou o quadril. Só recebemos a mensagem várias horas depois, é claro,
porque não podíamos usar celular no set. Chegamos ao hospital logo depois da
operação. Minha mãe estava muito sedada, não estava lúcida. As cinco filhas, as
enfermeiras e o médico estavam no quarto. Ela sentou, me olhou e disse: "A
maldição de Bathsheba". E então deitou de novo e dormiu até o dia
seguinte.
-A relação com a casa
Andrea: A casa nunca nos
deixou, ainda que nós tenhamos deixado a casa. Nunca nos deixou e nunca nos
deixará.
Fontes: Assombrado, Noite Sinistra, IG e Show do Medo
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Top, continua com o blog que é sucesso!
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